VOX - CHRISTINA DALCHER | #LCVox2019

"Uma distopia atual, próxima dos dias de hoje, sobre empoderamento e luta feminina.

O SILÊNCIO PODE SER ENSURDECEDOR #100PALAVRAS


O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade. Esse é só o começo...
Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir...mas não é o fim.


Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz."


Informações Gerais:

Ano: 2018
Páginas: 320
Editora: Arqueiro
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Minha nota:



Quem lê Vox, imediatamente compara-o ao livro "O conto da Aia", que têm feito muito sucesso entre os leitores, porém este livro se trata de uma distopia, enquanto o outro foi escrito em 1985. A história se passa nos Estados Unidos, por volta de 2020 (eu suponho!), já que cita-se "aconteceu poucos anos depois do primeiro presidente negro assumir o poder (Barack Obama)".

Acompanhamos tudo pelo olhar da personagem principal, a Jean, uma mulher madura, casada e mãe de 4 filhos (Steven, 17 anos; Sam e Leo, gêmeos de 11 anos; Sonia, 6 anos). Ela é especialista e pesquisadora na área de neurolinguística. Por meio dos pensamentos de Jean, voltamos para sua época de graduação, quando dividia o quarto com sua amiga determinada e claramente feminista, Jackie; a qual participava de todos os movimentos e protestos políticos do momento enquanto Jean ficava presa em seu dormitório com a cara nos livros. Coisa pela qual ela se arrepende muito!

Jean agora vive numa sociedade extremamente machista e autoritária, nos moldes da ditadura nazista. As mulheres foram as primeiras a perder seus direitos: não tinham acesso à internet, à celulares e computadores, não possuíam passaporte e seus únicos afazeres eram os da casa. E o que causa mais espanto: não podiam falar mais de 100 palavras por dia!

As pesquisas mostram que mulheres falam, em média, 16 mil palavras por dia... agora imaginem apenas ter direito a 100? E mais: levar um choque cada vez que transgredissem essa regra! O controle de palavras era feito através de braceletes (contadores) colocados nos seus pulsos desde os 3 anos de idade. Mulheres transgressoras das regras impostas pelo reverendo Carl eram exiladas em "campos de concentração"; além delas, gays e lésbicas foram separados e obrigados a manter um relacionamento heteronormativo ou então, eram assassinados ou mandados para executar trabalho escravo.

Acontece que a vida de Jean muda quando o irmão do presidente sofre um acidente e perde a fala. Como Jean realizava pesquisas relacionadas à área cerebral responsável pela palavra falada (área de Wernicke) e estava bem à frente desses projetos, o governo envia um pedido para que ela volte a trabalhar e encontre uma cura. Agora infiltrada nas bases do governo, ela tem a chance de reverter toda situação do país.

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A escrita  é fácil e envolvente, mas ao mesmo tempo angustiante. O livro é composto por 80 capítulos, todos bem curtinhos (com 2 a 3 páginas, no máximo) e por isso, foi bem fácil concluir a leitura. Achei o final atropelado, com fatos jogados e com pouca explicação, inclusive, sem um fechamento adequado. Há comentários de que pode ter uma continuação e espero que seja verdade. Fiquei muito curiosa para saber mais sobre o que realmente aconteceu com os exilados e a história poderia ser contada por outro personagem num próximo volume.

O que incomodou a maioria dos leitores foi a autora ter colocado uma personagem principal fraca, mas eu penso que ela quis mesmo retratar uma mulher "normal", alienada, sem muito poder de oposição ao sistema. É claro que se a história girasse em torno da Jackie, com certeza ela tomaria um outro rumo, então, acredito que tenha sido proposital. Mesmo assim, recomendo a leitura e a reflexão sobre o assunto!


Leitura Conjunta de Vox #LCVox2019

Fui convidada pela Thayná (amiga que fiz nesse universo literário) a participar dessa leitura conjunta e topei logo de cara quando vi a temática do livro. Formamos então um grupo no Whatsapp e no dia 21/01 deu-se início à leitura.

A ideia era ler o livro em 2 semanas: 8 capítulos por dia, de segunda à sexta, deixando o sábado livre para ler outras coisas ou para por em dia a leitura quando precisasse. E aos domingos, abríamos um debate.

A experiência foi extremamente válida e interessantíssima, porque discutimos um tema muito forte e importante para nossos dias atuais, sempre colocando à prova o feminismo e a política vigente. Também foi legal debater pontos na leitura que algumas gostaram e que algumas detestaram. Obrigada meninas!




Beijos e boas leituras!

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